O Governo do Estado de Pernambuco não está medindo esforços para deixar a berlinda da segurança pública: semana passada, no Cabo de Santo Agostinho, a polícia entrou em confronto aberto com assaltantes de bancos, o próprio delegado responsável pela operação não sabia informar o número de mortos e presos, ficou a impressão de que a polícia primeiro matou e prendeu para depois criar uma versão magnânima para os fatos, além disso, trouxe os presos em uma caçamba para a delegacia – aqui vale salientar os que os militantes do MTST detidos na tentativa de ocupação da Secretária de Habitação chegaram ao Fórum Joana Bezerra duplamente algemados e despidos -, a frase da vitória, proferia pelo mesmo delegado, foi ilustrativa de toda ignorância e brutalidade envolvidas na ação, “ainda tem homem em Pernambuco”, na contagem oficial foram três presos e dois mortos. No sábado de carnaval, a polícia militar apreendeu as fantasias da troça Empatando tua Vista, crítica à verticalização e à privatização urbana, sem nenhum precedente legal, os ativistas estavam se preparando para ir ao Galo da Madrugada, correu a informação, vinda dos próprios policiais, que a ordem partiu diretamente da cúpula da Secretária de Defesa Social. No encerramento do carnaval, a mesma secretária teve a audácia de afirmar que nenhum homicídio ocorreu nos festejos de carnaval, informação desmentida depois de contabilizada apenas uma morte no interior do estado, ninguém acreditou, a secretária se esquivou ao afirmar que não houve homicídio na área dos polos, dados levantados pela oposição dão conta de oitenta e cinco homicídios. Essa semana, a polícia resolveu desqualificar os balanços dos assaltos de ônibus transmitidos pelos sindicatos dos rodoviários, que já contou mais de setecentos assaltos desde o começo do ano, levando em consideração os comunicados dos funcionários da categoria. Segundo a polícia, os balanços não possuem critério, pois não levam em consideração a possível duplicidade das ocorrências, nesse sentido, a sub notificação dos delitos seria mais eloquente do que os relatos das vítimas cotidianas, a polícia aponta menos de trezentos. Esses foram alguns casos que vieram à tona, poderíamos testemunhar a aposta na ilegalidade, na humilhação, no silenciamento das oposições e na distorção de informações de domínio público para restabelecer o verniz do estado frente à sociedade civil e forçar o caminho para a reeleição do inábil governador.
D.F.