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Apreensivos, moradores de morros temem chegada do inverno
Com as chuvas que têm atingido a Região Metropolitana do Recife, população de área de risco se mantém alerta e preocupada. Medo é a palavra que acompanha os moradores das áreas de risco e não dá sossego. Eles, que lidam diariamente com o perigo de deslizamentos de barreiras e desmoronamentos em morros, ficam ainda mais apreensivos com o inverno próximo e os altos volumes de precipitações que têm atingido a Região Metropolitana do Recife.
Moradora do Campo do Fluminense em Nova Descoberta, Roselândia Santos, 28 anos, vive em um barraco no alto da barreira há seis anos, não vê outra opção a não ser encarar o medo.“A gente tem que viver, para onde eu vou? para debaixo da ponte?”, indaga a dona de casa. “Quando chove, fico em cima da cama com os meninos, é a maneira que encontrei de me proteger”, revela ela, que mora com seus três filhos.
No Alto São Sebastião, também em Nova Descoberta, a situação não é muito diferente. “Todo inverno é essa tensão, desde sempre. A gente morre de medo”, afirma a dona de casa Maria Auxiliadora Pereira. Nos dias de chuva, o receio é ainda maior. “Até pra sair de casa é difícil. A prefeitura não faz nada e diz que não coloca lona aqui porque não tem nenhuma do tamanho da barreira”, conta.
O bairro Nova Descoberta é um dos que serão contemplados por uma série de obras da Autarquia de Urbanização do Recife (URB). De acordo com uma nota enviada pela pasta, em convênio com o Orçamento Geral da União (OGU), serão investidos R$ 7,7 milhões em intervenções que “vão garantir mais segurança em períodos de chuva, mobilidade, acessibilidade e qualidade vida para a população dos morros do Recife”.
A diarista Telma Felipe da Luz, 42 anos, cansou de esperar e resolveu pedir um empréstimo para pagar a construção do muro de arrimo na parte de trás da casa onde mora, no Córrego José Aprígio, no bairro da Guabiraba. Dividindo os custos com uma vizinha, viu isso como a única saída para resolver o problema. “Durante anos essa barreira caía e entrava aqui dentro de casa. A gente tinha que dormir na casa dos vizinhos. Então tivemos que resolver por conta própria”, relata.
A URB informou que “estão em andamento 15 obras de contenção de encostas definitivas, com a construção de muros de arrimo, e outras 25 têm previsão de iniciar ainda este ano. As intervenções vão beneficiar mais de 2,5 mil pessoas a um custo de mais de R$ 48 milhões”. Ainda segundo nota da Autarquia, os contratos estão divididos entre recursos do PAC Encostas e um convênio com o Orçamento Geral da União (OGU), e “preveem a construção de muros de arrimo com tela argamassada, rampas e escadarias de acesso, drenagem, entre outras melhorias”.
Ainda no texto, a pasta explicou que as obras do PAC Encostas foram divididas em lotes e os serviços já foram iniciados. A URB explicou que o Lote 2, com seis obras, está em fase conclusão e o Lote 3, com 11 obras, está em execução. Foram investidos mais de R$ 9 milhões nas obras. A Autarquia garantiu que ainda este ano terão início as obras dos Lotes 4, que inclui o Córrego José Aprígio, e 5, com investimentos de R$ 30,5 milhões e garantiu que “orçamento para as demais etapas já está assegurado pelo Ministério das Cidades e ao todo serão 102 áreas serão atendidas num investimento total de R$ 150 milhões”. Os demais lotes serão licitados ainda este ano, prometeu a URB.
A reportagem responsável pela matéria entrou em contato com a Defesa Civil do Recife, mas os nossos questionamentos não foram respondidos.
Fonte: LeiaJá
Educação Ambiental no SIS
O Fórum de Usuárias junto com a equipe de Vigilância Ambiental da prefeitura de recife, está realizando a semana de educação ambiental com orientações de controle a zoonoses. Utilizaremos espaços cedidos pelos terapeutas nos dias e horários discriminados:
- Dia 17/05, 8h – prática de Dança Circular (facilitada por Carol), sobre caramujos;
- Dia 29/05, 8h – Prática de Flexibilidade (facilitada por Márcia), sobre escorpião;
- Dia 06/06, 8h, prática de Biodança (facilitada por Luciana Castro), sobre ratos.
O Fórum pretende fazer uma exposição de fotos, lambes, e depoimentos de usuários e comunidade em geral.
Semana Nacional em Práticas Integrativas
A Semana Nacional em Práticas Integrativas também acontece em Recife iniciando no dia 14/05 (segunda-feira). Sua primeira atividade será o Fórum de Práticas Integrativas que trará como tema a visão e cuidado das PICS com adultos que sofreram abuso sexual na sua infância. O Fórum de Práticas Integrativas é um evento mensal que ocorre toda 2º, segunda-feira do mês no município de Recife. O fórum é um espaço de diálogo entre os atores que fazem a política de práticas integrativas e a sociedade com o objetivo de democratizar o saber, fortalecer a política e estimular a participação para a construção de um SUS com ampla participação popular.
MST convida o povo brasileiro a debater saídas para as crises do país
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou, neste sábado (12), uma carta aberta ao povo brasileiro em que convida a população a participar dos debates do Congresso do Povo Brasileiro, defende a inocência e o direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de se candidatar nas eleições presidenciais deste ano e cobra a apuração do assassianto da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
A carta aberta diz:“O Brasil vive uma profunda crise econômica, política, social e ambiental, resultante da crise internacional do capitalismo e da própria incapacidade deste sistema em solucionar as contradições que gera.
Neste contexto, as saídas autoritárias, como os golpes e ataques à democracia, tem sido a fórmula adotada para garantir uma violenta ofensiva neoliberal, que retira direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, ao mesmo tempo em que sequestra e subordina o Estado aos interesses de grandes grupos empresariais”.
O movimento identifica como responsáveis pelas crises que o país atravessa “o capital financeiro internacional; os veículos de comunicação, em especial a Rede Globo, que alimentaram e insuflaram os movimentos golpistas e fascistas; e o poder Judiciário, que por um lado, coloca os seus interesses e privilégios acima da Constituição, e por outro, premia com a impunidade toda repressão e violência contra os pobres”.
Fonte: Brasil de Fato
A luta das mães de maio
Há doze anos, entre os dias 12 e 20 de maio de 2006, pelo menos 564 pessoas foram mortas no estado de São Paulo, segundo levantamento da Universidade de Harvard, a maioria em situações que indicam a participação de policiais. A maior parte dos casos, apontam pesquisadores, fazia parte de uma ação de vingança dos agentes de segurança do Estado contra os chamados ataques da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), que se concentraram nos dois primeiros dias do período.
A chacina daquele ano ficou conhecida como Crimes de Maio, a maior do século 21 e talvez a maior da história do país – para efeito de comparação, em toda a última ditadura civil-militar, que durou 21 anos, 434 pessoas foram mortas pelo Estado. Doze anos depois do massacre de 2006, apenas um agente público foi responsabilizado pelas mortes. Condenado, ele responde a recurso em liberdade e continua atuando como policial militar.
O gritante número de assassinatos e o desinteresse da Justiça em punir os responsáveis deu origem ao movimento Mães de Maio, formado principalmente por familiares das vítimas do massacre.
Mais do que justiça para os próprios filhos, as Mães construíram, ao longo dos anos de atuação e luta, um movimento social de combate aos crimes do Estado ocorridos durante o período democrático, e se transformaram em referência para outras famílias preocupadas com a marcha fúnebre que vitima milhares de pessoas todos os anos no Brasil.
Segundo Débora Maria Silva, fundadora do movimento: “O Mães de Maio é um movimento de mulheres donas de casas, mas que aprendeu, ao longo desses anos, a trabalhar com esse sistema. E quando as donas de casa saem de suas casas e começam a militar perante o Brasil, acabam ultrapassando as fronteiras.O nosso grito é um grito que tem que ecoar porque nosso país é um país omisso. É inaceitável que em maio de 2006, no espaço de uma semana, se matem mais de 600 pessoas”.
Para o defensor público Antonio Maffezoli, que atua em seis casos de homicídio envolvendo oito vítimas daquele período na Baixada Santista, apesar de não ter conseguido resultados pessoais, a luta das Mães tem garantido avanços importantes na denúncia contra os crimes cometidos pelo Estado. A mais evidente delas é a própria mudança de narrativa sobre aquele mês. Inicialmente conhecido como “ataques do PCC”, graças à história contada e recontada pelas Mães, o episódio hoje já é tratado como Crimes de Maio, de forma mais ampla, incluindo tanto o período em que a facção criminosa coordenou, de dentro dos presídios do estado, uma série de ataques contra agentes públicos de segurança quanto o período posterior, quando policiais teriam começaram o revide em mais de dez cidades do estado.
A onda de vingança, como registram pesquisas feitas nos anos seguintes, teria começado logo após o governo de São Paulo e o PCC selarem um acordo para pôr fim aos ataques, no dia 15 daquele mês.
No começo desse ano, uma resolução do Conselho Superior de Polícia, órgão da Polícia Federal, e do Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil aboliu as categorias “Resistência Seguida de Morte” ou “Auto de Resistência” no registro de homicídios cometidos por policiais. A mudança era uma das bandeiras do movimento. Em 2006, 124 das mortes foram registradas dessa forma. Nesse tipo de registro, o policial responsável pela morte era considerado vítima e o morto, culpado, sem necessidade de qualquer investigação.
Apesar de ser forte referência, não ter deixado maio de 2006 ser esquecido e dado visibilidade a outros crimes do estado, principalmente contra a população pobre e negra, a luta das Mães ainda é solitária. O movimento é composto também por pais e militantes que nunca tiveram a família ceifada, mas eles são minoria. Apesar de várias das bandeiras do movimento serem compartilhados por outros movimentos populares, elas sentem falta de companhia na hora de chorar e lutar pelos mortos. “A polícia do governo [Geraldo] Alckmin é uma verdadeira fábrica de cadáver. A polícia do Brasil é uma verdadeira fábrica de cadáver. Mas não basta só as Mães. No dia que todos tomarem as ruas e falarem ‘basta de genocídio’ antes que caia no meu cadáver, aí nós vamos ter a verdadeira revolução”, acredita Débora, que lamenta que as balas contra o corpo de jovens, especialmente os negros e periféricos, comovam menos que as balas de borracha no asfalto.
Fonte: Brasil de fato
Justiça do DF decide aplicar Lei Maria da Penha em caso de agressões a transexuais
A Justiça do Distrito Federal decidiu que os casos de agressões a transexuais devem ser julgados com base na Lei Maria da Penha. A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça aceitou por unanimidade um recurso do Ministério Público do Distrito Federal. Nesse recurso, o órgão pediu que o caso de uma transexual identificada como Raquel tramitasse no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com aplicação das normas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.
De acordo com o processo, o ex-companheiro de Raquel era ciumento e a agredia física e moralmente. Ele teria se recusado a sair de casa após o fim do relacionamento, controlava os hábitos dela e impedia que ela trabalhasse.
No julgamento em primeira instância, o juiz responsável pelo caso considerou que o relacionamento era abusivo e determinou medidas cautelares de afastamento do lar e proibição de se aproximar e manter contato com a vítima.
No entanto, o magistrado mandou que o processo fosse redistribuído para uma Vara Criminal, porque, para ele, a hipótese não estava amparada pelas normas da Lei Maria da Penha.
Mas, ao julgarem o recurso do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, os desembargadores do Tribunal de Justiça consideraram que as transexuais também carregam todos os estereótipos de vulnerabilidade voltados ao gênero feminino.
Eles ainda ponderaram que negar a aplicação da lei seria observar a dupla fragilidade da vítima – por ser mulher e por ser transgênero – mas não garantir qualquer forma especial de proteção.
Fonte: Agência Pulsar com informações da Radioagência Nacional
Famílias só vão deixar Largo do Paissandu quando receber moradia
Acampado no Largo do Paissandu, com a mulher e dois filhos – uma menina de 11 anos e um menino de oito -, desde que teve que deixar às pressas o edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou em 1º de maio após um incêndio, João disse que não pretende deixar o local. “Nós só vamos sair daqui quando a última família tiver êxito e conseguir sua moradia”.
Nascido no Ceará, João vende água e salgadinho nas ruas da cidade de São Paulo. Mas o que ganha com as vendas não dá para pagar um aluguel para abrigar a família, por isso foi parar na ocupação do prédio. Os quatro dormem em uma barraca de camping com o que restou de seus pertences. Essa é a situação da maioria dos que estão acampados no largo. Vivem de doações e com o que conseguiram carregar, fugindo do incêndio.
Fim das buscas
Pela manhã do domingo, após 13 dias de buscas, o Corpo de Bombeiros terminou o trabalho de buscas nos escombros do prédio desmoronado. Ao todo, 1.700 bombeiros participaram da operação de combate ao incêndio e busca de vítimas. Quatro foram identificadas a partir de restos mortais encontrados. Outras quatro permanecem desaparecidas.
Na parte da tarde, equipes da prefeitura recolhiam o restante do entulho. Além dos 24 andares, o edifício tinha dois patamares de subsolo. Três prédios do entorno ainda estão interditados.
Fonte: Agência Brasil