Nesta quarta-feira, 28 de março, convidamos Penélope Andrade e Neto Sena, para pintar um mural em homenagem a Marielle Franco, vereadora carioca executada quando voltava para casa a exatas 2 semanas.
O brutal assassinato de Marielle mais uma vez mostrou a fragilidade sobre o corpo das mulheres, negras, lésbicas, periféricas e que se traduz cotidianamente em violência. Marielle foi um corpo que desafiou as vulnerabilidades, além de ter alcançado o cargo de vereadora na cidade com maior visibilidade midiática do país, ela fez deste espaço um espaço de denuncia de tantas opressões que são impostas a corpos como o dela. Marielle se opunha à intervenção militar no estado do Rio de Janeiro, recém assumiu a relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do estado e dias antes da sua execução ela havia dado voz à população de Acari ao alertar sobre o conhecido “Batalhão da Morte”:
“O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. (…) Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”
Após sua execução, todos os corpos que são como o de Marielle e todas as vozes que são como a dela sentimos não a queda ou simplesmente a tristeza da perda, mas a força que precisamos ter para estarmos juntos e juntas, para seguirmos lutando por nós, pelos nossos corpos e pelas nossas vozes, sentimos que estamos juntos em um mundo que está precisando de nós, de laços e de abraços. Por isso e por tudo mais que o corpo, a voz, a lembrança e o nome Marielle Franco representam é que dizemos: Marielle, Presente!